sexta-feira, 27 de novembro de 2015

"Dá licença, comadre?"
"Entra, compadre."
"Esse almoço sai ou não sai?"
"Falta pouco. Pode sentar, compadre, vou só passar uma toalha no rosto. Esta cozinha aquece como!" (risos)
"Estou em casa, querida comadre, não se preocupe. O outro está?" 
"O compadre tem pouca sorte. Ele esta semana não vem almoçar, está apertado no serviço."
"É verdade. O trabalho quando aperta, é mesmo a pão e gasosa..."
"Vai um copo de 'cisangwa', compadre?"
"A comadre sabe que não sei negar a vossa 'cisangwa' caseira."
"O teu compadre é que não gosta muito, prefere o vinho dele..." 
"É um pecado, comadre, ter tudo e não ver."
"Mba falaste mesmo. Haka! Veio falar com ele?"
"Sim. Quer dizer... não. Até não sei como começar..."
"É assim tão difícil falar comigo, compadre?"
"... Eu às vezes penso muito. A comadre tem essa forma de me tratar bem que, lá em casa, com a outra, a pessoa... quer dizer, não encontra. A maneira como a comadre faz as coisas. Como está sempre perfumada, o sorriso. Comadre, vai-me desculpar, mas sinto que há uma linda história de amor entre nós que nos falta viver..."
"Eu com o compadre, o compadre comigo, não é?"
"A comadre sabe como é, essas coisas do destino..."
"Oh, meu compadre, não te preocupes. Assim que o teu compadre chegar do serviço, vou-lhe pedir autorização. Se ele aceitar..."
"Comadre! Não me estraga a longa amizade! O que é que ele vai pensar?! Já vi que a comadre me entendeu muito mal..."
"Ah, já vai? Não disse que tinha pressa. E o almoço, compadre, fica como? A resposta é na minha boca ou na do outro?"
GP, Benguela, 25.11.2015 (adaptação)

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Akombe vatunyula tunde 26-01-2009, twapandula calwa!

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